Um ateu é um homem que não possui meios invisíveis de apoio.(H. E. Fosdick)

segunda-feira, 9 de março de 2009

Ateísmo = Parte II


O que significa a expressão “livre-pensador”?

Um livre-pensador é alguém que está preparado para considerar qualquer possibilidade. Uma pessoa que determina quais idéias estão certas ou erradas através da razão, valendo-se de um conjunto de regras consistentes, como, por exemplo, o método científico.



Quais são as bases ou justificativas filosóficas do ateísmo?

Há muitas justificativas filosóficas para o ateísmo. O modo mais eficiente para descobrir por que algum indivíduo tornou-se ateu certamente é perguntar diretamente a ele.

Muitos ateus acham que a idéia de Deus, tal como apresentada pelas religiões, é autocontraditória e assim seria logicamente impossível a existência de tal Deus. Outros são ateus devido ao ceticismo, porque não vêem evidências da existência divina.

Obviamente, algumas pessoas são ateístas sem qualquer justificativa muito consistente. Para outros ser ateu é simplesmente uma questão de bom senso.



Não é impossível provar a inexistência de algo?

Há muitos exemplos que vão contra essa afirmação. Por exemplo, é relativamente simples provar que não existe um número primo maior que todos os outros números primos. É claro, estamos falando de idéias e regras bem definidas. Se Deus ou o Universo são similarmente bem definidos é uma outra questão.

Entretanto, admitindo por um momento que não seja impossível provar a existência de algo, ainda há razões sutis para afirmar, a princípio, a sua inexistência. É sempre possível provar a invalidez desta “negação por antecipação” encontrando um contra-exemplo, ou seja, provando a existência.

Se admitirmos que algo existe e não é impossível de ser comprovado, demonstrar a invalidade dessa hipótese pode requerer uma exaustiva busca por todos os lugares em que esse “algo” poderia ser encontrado, simplesmente para mostrar que não está lá. Tal busca comumente é impraticável ou impossível. Não há esse tipo de problema com os maiores números primos, pois podemos provar sua inexistência matematicamente.

Desse modo, geralmente admite-se como uma premissa sensata que nada existe até termos evidências do contrário. Os próprios teístas seguem essas regras a maior parte do tempo. Sabemos disso porque eles não acreditam em unicórnios, apesar de não poderem provar conclusivamente que não existem.

Dizer que Deus existe é fazer uma afirmação que provavelmente não estará sujeita a testes. Não temos como promover uma busca a todos os lugares onde Deus poderia estar para simplesmente mostrar que não está lá. O ateu cético (“ateu passivo”) admite a inexistência de Deus apenas por ver nisso algo sensato e lógico, mas que pode ser refutado com um contra-exemplo (ou seja, uma prova de sua existência).

Os que professam o “ateísmo ativo” normalmente não afirmam a inexistência de todo e qualquer tipo de deus; em vez disso, vão geralmente restringir suas afirmações aos deuses descritos por fiéis de várias religiões. Apesar de provavelmente ser impossível demonstrar conclusivamente que nenhum deus existe, talvez seja possível provar a inexistência de um deus descrito por um livro religioso em específico. Talvez até seja possível provar que nenhuma divindade descrita por qualquer religião contemporânea exista.

Na prática, acreditar que nenhum dos deuses descritos pelas religiões existe está muito próximo de acreditar que nenhum deus existe. No entanto, os contra-argumentos baseados na impossibilidade da negação de todo tipo de divindade não são aplicáveis neste caso.

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