Um ateu é um homem que não possui meios invisíveis de apoio.(H. E. Fosdick)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Stephen Hawking: Deus não criou o universo

Deus não tem mais lugar nas teorias sobre a criação do universo, devido a uma série de avanços no campo da física, afirma o cientista britânico Stephen Hawking em seu novo livro, que teve trechos divulgados nesta quinta-feira.

Demonstrando uma posição mais dura em relação à religião do que a assumida nas páginas do best-seller internacional "Uma breve história do tempo", de 1988, Hawking diz que o Big Bang foi simplesmente uma consequência da lei da gravidade.

"Por haver uma lei como a gravidade, o universo pode e irá criar a ele mesmo do nada. A criação espontânea é a razão pela qual algo existe ao invés de não existir nada, é a razão pela qual o universo existe, pela qual nós existimos", escreve o célebre cientista em "The grand design", que será publicado em série no jornal The Times.

"Não é necessário que evoquemos Deus para iluminar as coisas e criar o universo", acrescenta.

Hawking se tornou mundialmente famoso com suas pesquisas, livros e documentários, apesar de sofrer desde os 21 anos de idade de uma doença motora degenerativa que o deixou dependente de uma cadeira de rodas e de um sintetizador de voz.

Em "Uma breve história do tempo", Hawking sugeria que a ideia de Deus ou de um ser divino não é necessariamente incompatível com a compreensão científica do universo.

Em seu mais recente trabalho, no entanto, Hawking cita a descoberta, feita em 1992, de um planeta que orbita uma estrela fora de nosso Sistema Solar, como um marco contra a crença de Isaac Newton de que o universo não poderia ter surgido do caos.

"Isso torna as coincidências de nossas condições planetárias - o único sol, a feliz combinação da distância entre o Sol e a Terra e a massa solar - bem menos importantes, e bem menos convincentes, como evidência de que a Terra foi cuidadosamente projetada apenas para agradar aos seres humanos", afirma Hawking

domingo, 4 de julho de 2010

DOS MILAGRES

O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloqüência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!
(Mário Quintana)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ateísmo - Parte VII

Mas e a moralidade do dia-a-dia?

Uma pesquisa conduzida pela Organização Roper concluiu que o comportamento moral se deteriora após o “renascer” para a religião. Enquanto antes da “conversão” 4% dos indivíduos pesquisados disseram já ter dirigido bêbados, após a conversão 12% confessaram tê-lo feito. Similarmente, 5% deles haviam usado drogas ilegais antes de comparecer à pesquisa, e 9% depois. 2% haviam admitido ter feito sexo ilícito antes da “salvação”; 5% depois. (”Freethought Today”, Septembro 1991, pág. 12)

Parece que a religião, na melhor das hipóteses, não possui o monopólio do comportamento moral.

É claro, uma grande parte das pessoas é convertida ao (e do) Cristianismo durante a adolescência e o começo dos 20, a exata época em que começam a beber e se tornar sexualmente ativas. Talvez a estatística apenas demonstre que o Cristianismo não tem qualquer influência no comportamento moral, ou pelo menos um efeito insuficiente para resultar numa queda significante do comportamento imoral.

Há uma moral ateística?

Se você quer dizer “para os ateus existe moral?”, a resposta é sim, como explicado acima. Muitos ateus têm princípios morais que são no mínimo tão fortes quanto os embasados em princípios religiosos.

Se você quer dizer “o ateísmo tem um código moral característico?”, então a resposta é não. O ateísmo em si mesmo não diz muita coisa sobre como a pessoa vai comportar-se. A maioria dos ateus segue muitas das regras morais originalmente teístas, mas por motivos diferentes dos deles. Ateus vêem a moralidade como algo criado pelos homens, sendo que essas regras de comportamento não passam de uma aplicação das noções que eles possuem de como o mundo “deveria” funcionar.

Os ateus não são teístas que negam Deus?

Um estudo feito pela Fundação “Liberdade da Religião” constatou que mais de 90% dos indivíduos que se tornaram ateus o fizeram porque a religião não funcionou para eles. Perceberam que suas crenças religiosas eram fundamentalmente incompatíveis com o mundo que observavam à sua volta.

Ateus não são descrentes por ignorância ou simples negação; escolheram a descrença através de uma escolha deliberada. A grande maioria deles passou tempo estudando uma ou mais religiões, às vezes muito profundamente. Tomaram a decisão de rejeitar, conscientes do que isso significa, as crenças religiosas.

Essa decisão pode, é claro, repercutir na personalidade do indivíduo. Para uma pessoa naturalmente cética, o ateísmo geralmente é a única opção que faz sentido e, assim sendo, ser ateu, para ele, é ser honesto consigo mesmo.

A palavra “negar” pode ser usada no sentido de “não aceitar”. Apenas neste sentido os ateus podem ser considerados “negadores” de Deus. Não estão negando cegamente e ignorando evidências; e também não afirmam necessariamente e categoricamente a inexistência de Deus.

O simples fato de estarmos discutindo acerca de Deus não é uma admissão tácita de sua existência?

Absolutamente, não. Pessoas falam sobre o papai Noel todo natal; isso não quer dizer que ele realmente escala nossas chaminés e deixa presentes. Jogadores de RPG discutem todo tipo de criatura estranha, desde orcs e góblins até ciclopes e minotauros. Tais seres também não existem.

segunda-feira, 10 de maio de 2010