Um ateu é um homem que não possui meios invisíveis de apoio.(H. E. Fosdick)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ateísmo - Parte VII

Mas e a moralidade do dia-a-dia?

Uma pesquisa conduzida pela Organização Roper concluiu que o comportamento moral se deteriora após o “renascer” para a religião. Enquanto antes da “conversão” 4% dos indivíduos pesquisados disseram já ter dirigido bêbados, após a conversão 12% confessaram tê-lo feito. Similarmente, 5% deles haviam usado drogas ilegais antes de comparecer à pesquisa, e 9% depois. 2% haviam admitido ter feito sexo ilícito antes da “salvação”; 5% depois. (”Freethought Today”, Septembro 1991, pág. 12)

Parece que a religião, na melhor das hipóteses, não possui o monopólio do comportamento moral.

É claro, uma grande parte das pessoas é convertida ao (e do) Cristianismo durante a adolescência e o começo dos 20, a exata época em que começam a beber e se tornar sexualmente ativas. Talvez a estatística apenas demonstre que o Cristianismo não tem qualquer influência no comportamento moral, ou pelo menos um efeito insuficiente para resultar numa queda significante do comportamento imoral.

Há uma moral ateística?

Se você quer dizer “para os ateus existe moral?”, a resposta é sim, como explicado acima. Muitos ateus têm princípios morais que são no mínimo tão fortes quanto os embasados em princípios religiosos.

Se você quer dizer “o ateísmo tem um código moral característico?”, então a resposta é não. O ateísmo em si mesmo não diz muita coisa sobre como a pessoa vai comportar-se. A maioria dos ateus segue muitas das regras morais originalmente teístas, mas por motivos diferentes dos deles. Ateus vêem a moralidade como algo criado pelos homens, sendo que essas regras de comportamento não passam de uma aplicação das noções que eles possuem de como o mundo “deveria” funcionar.

Os ateus não são teístas que negam Deus?

Um estudo feito pela Fundação “Liberdade da Religião” constatou que mais de 90% dos indivíduos que se tornaram ateus o fizeram porque a religião não funcionou para eles. Perceberam que suas crenças religiosas eram fundamentalmente incompatíveis com o mundo que observavam à sua volta.

Ateus não são descrentes por ignorância ou simples negação; escolheram a descrença através de uma escolha deliberada. A grande maioria deles passou tempo estudando uma ou mais religiões, às vezes muito profundamente. Tomaram a decisão de rejeitar, conscientes do que isso significa, as crenças religiosas.

Essa decisão pode, é claro, repercutir na personalidade do indivíduo. Para uma pessoa naturalmente cética, o ateísmo geralmente é a única opção que faz sentido e, assim sendo, ser ateu, para ele, é ser honesto consigo mesmo.

A palavra “negar” pode ser usada no sentido de “não aceitar”. Apenas neste sentido os ateus podem ser considerados “negadores” de Deus. Não estão negando cegamente e ignorando evidências; e também não afirmam necessariamente e categoricamente a inexistência de Deus.

O simples fato de estarmos discutindo acerca de Deus não é uma admissão tácita de sua existência?

Absolutamente, não. Pessoas falam sobre o papai Noel todo natal; isso não quer dizer que ele realmente escala nossas chaminés e deixa presentes. Jogadores de RPG discutem todo tipo de criatura estranha, desde orcs e góblins até ciclopes e minotauros. Tais seres também não existem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário